CONFORMIDADE SOCIAL - O EXPERIMENTO. VOCÊ É MESMO DONO DE SUA VONTADE???
"Como resultado da socialização, a conformidade reflete a interiorização de regras e a sua partilha com os outros. Os indivíduos tendem a agir em conformidade com as expectativas do grupo a que pertencem. Para a grande parte dos autores, a conformidade social apenas existe devido à pressão de grupo. Agimos em conformidade com as regras porque aceitamos a sua legitimidade e porque a isso somos incentivados pela aprovação e recompensa obtidas das outras pessoas".
-Luc Anderssen
Parte da série de programas chamado Brain Games. No Brasil é conhecido como Truques da Mente.
"A verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho e da linguagem que lhe corresponde. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o ameaça ou exclui do rebanho. (...) Portanto, em primeiro lugar, a verdade é a verdade do rebanho". -F. Nietzsche
No relacionamento entre pessoas ou grupos, as crenças ou comportamentos de cada um ficam sujeitos à submissão, por imposição, ou à imitação, por solicitação ou pela expectativas do(s) outro(s) a uma forma, através de processos sutis de influência mútua, mesmo subconscientes ou inconscientes, ou por pressão social ou individual, direta e aberta.

Um psicólogo de Harvard, Herbert Kelman (1958), identificou três tipos principais de influência social:
Concordância: é a conformidade pública, enquanto conservamos nossas próprias crenças privadas.
Identificação: é a conformidade a alguém de quem gostamos e respeitamos, tal como uma celebridade ou um tio favorito.
Internalização: é a aceitação da crença ou comportamento, tanto pública quando privadamente.
Embora a distinção de Kelman tenha sido muito influente, as pesquisas em psicologia social têm se concentrado principalmente em duas variedades principais de conformidade:
conformidade informacional ou influência social informacional
a conformidade normativa, também conhecida por influência normativa social.
Numerosos fatores, tais como tamanho do grupo, unanimidade, coesão, status, compromisso anterior e opinião pública ajudam a determinar o nível de conformidade do indivíduo em relação ao seu grupo.(Aronson, Wilson, e Akert, 2005) A conformidade contribui para a formação e a manutenção de normas sociais.
Quando a conformidade se dá por submissão, consciente ou inconsciente, é usual dizer-se que ocorreu uma situação de conformismo. Quando um indivíduo ou um grupo reclama ou reage à submissão, não se conformando a crenças ou comportamentos, ocorre o que usualmente se chama de inconformismo.
Segundo René Mucchielli, o conformismo é a atitude social que consiste em se submeter às opiniões, regras, normas, modelos que representam a mentalidade coletiva ou o sistema de valores do grupo ao qual se adere a torná-los seus. Esse processo, amplamente estudado em psicologia social, corresponde mudanças de opinião, de comportamento ou mesmo de percepção de um indivíduo ou grupo minoritário, em situações influência ou pressão social exercida por parte de outros indivíduos ou por um grupo dominante.
Segundo Solomon Asch, indivíduos ou grupos se tornam conformistas para evitar o conflito entre duas opiniões diferentes (aquela expressa pela maioria e aquela expressa ou representada mentalmente pelo indivíduo ou grupo minoritário)) e a rejeição pela maioria.
Para Asch, o conformismo corresponde a um seguidismo, ou seja, o sujeito que se conforma não adere de facto à opinião da maioria. Ou seja, ele conserva a sua própria opinião mas assume publicamente a opinião da maioria. O conformismo também poderia ser engendrado por uma carência informacional, uma pressão normativa ou pela atratividade do grupo majoritário. Resulta que o indivíduo modifica seus comportamentos, atitudes e opiniões para harmonizá-los com os comportamentos e atitudes do grupo. O conformismo permite também evitar sanções que são aplicadas aos desviantes da norma grupal.
Diferentemente de Asch, Serge Moscovici defende que o conformismo se distingue do seguidismo, que é a vontade de parecer conforme à norma, o que constitui uma modificação aparente e superficial dos comportamentos, sem mudança real da convicção interna.